Li recentemente que é clichê tentar não ser clichê e por isso mesmo vou começar o texto da forma que ele surgiu na minha cabeça, mesmo sendo clichê.
“Lembro-me como se fosse hoje...” Final de semana. Feriado. Páscoa. Ano 2000. Recordo-me de estar no ônibus, ligando para minha mãe e dizendo “Já estou passando pelo centro, pode vir me buscar”. E como de costume, quinze minutos depois eu já estava desembarcando na estrada do Rio Preto. Já avistava minha mãe na caminhonete.
No momento em que entrei naquele carro fui tomada por uma felicidade indescritível! Seria impossível traduzir o que foi aquele momento, porque simplesmente os sentimentos transbordariam pelas palavras.
Um ser lindo saltou em meu colo e me lambeu a face. Hera. Uma linda boxer caramelo, com o peito alvo (onde mais tarde notaríamos ter um coração desenhado em seus pêlos).
Sou obrigada a dizer que essa surpresa foi melhor do que qualquer uma que pudessem criar para o Kinder Ovo.
Há quase 11 anos Hera tem feito parte da minha vida. Lembrar dela correndo pelo campo, entrando no lago em busca das pinhas que eu jogava, sua fuça cheia de terra por esconder seus “ossinhos”, a forma como cuida dos outros bichos menores que ela, inclusive gatinhos... tudo isso faz meu coração acelerar, sentir um imenso prazer de ter sido escolhida para ser tutora deste anjo de 4 patas.
Solidária, ao meu lado quando estou triste. Companheira, quando estou doente. Especial, em qualquer momento.
Hoje em dia, com sua idade mais avançada, sua disposição bem menor, restrinjo-me a deitar ao seu lado, ouvir sua respiração, acariciá-la durante seus sonhos de corridas nas nuvens, quando posso notar o movimento de todas as suas patas tentando alcançar em alta velocidade sabe-se lá o quê!
Meu carinho é tão gigante que eternizei nossa relação de cumplicidade na tatuagem que leva sua digital e seu nome. Qualquer caminho que eu deseje traçar, ela estará comigo.
Hera... Admiro-te. Respeito-te. E, acima de tudo, amo-te como nunca achei que fosse amar.
Hoje e sempre