Alfabetizar
Verbo transitivo direto.
Verbo pronominal.
Ensinar ou aprender a ler e a escrever (com a devida compreensão do significado das palavras e do contexto).
Em época de campanha eleitoral, um dos temas mais abordados é educação.
Hoje não falarei sobre educação - bons modos. Refiro-me à alfabetização.
O que mais ouço e leio é sobre a aprovação automática e alfabetização funcional.
Falam sobre a aprovação automática como se fosse algo novo, recente. Esse modelo, indicado pelo CNE (Conselho Nacional de Educação), é aplicado em diversos estados há cerca de 20 anos! Trata-se de uma Resolução que recomenda que os alunos não sejam reprovados nas 3 primeiras séries do ensino fundamental, como tentativa de evitar a evasão escolar. O CNE entende que o ideal é avaliar as crianças após os 9 anos.
Tal modelo é utilizado em diversos lugares, como EUA, Europa, etc.
A escolas têm liberdade de ministrar aulas extras e trabalho especiais para auxiliar os alunos com maiores dificuldades.
Aí está o problema. Não está em aprovar automaticamente o aluno. A questão é que os professores não têm respaldo. Não possuem meios para colocar esses trabalhos em prática porque muitas vezes estão munidos apenas de giz.
Sobre a alfabetização funcional, me pergunto: "Essas pessoas sabem o que é isso?"
É preciso dizer que a maioria não sabe. Ou se sabe, é pela metade.
Querem um exemplo? Alguém sabe o que é alfabetização funcional de nível 3?
Existem três níveis distintos de alfabetização funcinal:
Nível 1, quem apenas consegue ler e compreender títulos de textos e frases curtas;
Nível 2, alfabetização básica, aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo;
Nível 3, também conhecido como alfabetização plena, concebido àqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às mais complexas).
É definido como analfabeto funcional o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, mas essa definição não é muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.
Hoje mesmo foi divulgado o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE.
Segundo a conclusão da pesquisa, "a taxa de analfabetismo do Brasil entre pessoas de 15 anos ou mais de idade caiu de 10% para 9,7% entre 2008 e
O instituto também apurou que a taxa de analfabetismo funcional foi duas vezes superior à taxa de analfabetismo, com resultado de 20,3% em 2009
Coincidência ou não, é justamente na Região Nordeste que a Sra. Dilma tem a maioria das intenções de voto.
Não preciso nem dizer que, no Brasil, para votar basta ser brasileiro, ter 16 anos, ter título de eleitor e estar em dia com a Justiça Eleitoral.
Garantir o direito de voto para os que não sabem ler nem escrever baseia-se no argumento de que, na sociedade moderna, o critério da escolha eleitoral se funda na informação, pelos meios de comunicação de massa, independendo de leitura.
Já que não podemos restringir mais o direito ao voto, peço (encarecidamente) melhores investimentos na educação. Peço que as pessoas parem de criticar aprovação automática, pois ela ocorre apenas até os 9 anos e se preocupem com aqueles com mais de 15 anos que ainda não aprenderam a interpretar textos.
Sim, é essencial interpretar textos, não só os escritos, mas os constantemente verbalizados em jornais e inclusive em horário eleitoral, porque infelizmente é assim que grande parte decide em quem votar: Ouvindo o que os outros dizem.
Diante das tantas negações, propagandas enganosas e tamanho descaso do nosso Presidente e de sua possível sucessora, é que me insurjo.
É insuportável ver certas pessoas se aproveitando da falta de instrução de outros para tirar vantagem. É inaceitável ver que, mesmo com fatos tão claros, muitos persistem em sua opinião petista por um simples motivo: não entendem uma palavra do que é exposto.
Já que a alfabetização do país inteiro é um desejo quimérico, me resta esperar que aqueles que usem a palavra sejam pessoas do bem.
“Para a concepção crítica, o analfabetismo nem é uma ‘chaga’, nem uma ‘erva daninha’ a ser erradicada (...), mas uma das expressões concretas de uma realidade social injusta.” Paulo Freire
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